quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cortinas verdes


Quanta especulação em torno da omissão,
E um carrinho de compras sentindo-se só,
Deixei cair do bolso o monossílabo tônico,
Minha emoção é em tom menor.

Suportando os sapatos apertados,
E a ternura que já é escassa,
Conforto-me com minha habilidade,
Que me faz viver o que preciso viver.

A tecnologia flutua sobre a ferrugem,
Que dilui de forma caricata,
Platéia de sal,
Dormimos na calçada.

Euforicamente falando,
Impulsiono-me para perto da tua graça,
Porque você comprou cortinas verdes,
Se suas paredes são pálidas e britânicas demais?

Você viu que dia é hoje?
Comprou meu jornal?
Deixou pra tatuar o braço novamente no mês que vem?
Você me Ama ainda?

Santiago A.

                             Porto Alegre, 17 de Abril de 2010.