terça-feira, 28 de junho de 2011

Quadrante 1522

E lá vai ela para o choro das dez,
Inunda seu quarto de perguntas,
Seca lentamente as respostas com seu lenço rosa,
A meia noite seu rosto muda.
Tem medo das suas decisões,
Mesmo tendo acreditado uma vida inteira,
Suporta o medo como se fosse dor,
Sorri sempre no último piscar ao dormir.
Seus sonhos são focas na praia,
Vida perfeita de pijama e pantufas,
Quando acorda reconhece a xícara sobre a mesa,
O sol que invade a casa e toca seus pés.
Por toda a tarde ela espera a noite chegar,
Toda noite ela se esparrama na cama devagar,
Pensamentos a mil em um corpo senil,
O desejo se ajoelha diante do orgulho.

Sanntiago A.

Porto Alegre, 26 de Junho de 2011.